MiraDor é uma colcha de retalhos de histórias distintas que de alguma forma se entrelaçam. Uma avalanche de sentimentos, dúvidas, fragilidades e grandes fortalezas descobertas em meio a toda imperfeição. Ela não é uma série composta só por imagens. Nela existem objetos, palavras, textos, notas musicais, memórias e muitas lágrimas. MiraDor é uma vivência que refletiu no espelho, tantas vezes temido e evitado, o caos, as disrupções, ambiguidades e a dor de simplesmente ser! Com ela foi possível olhar de frente o realismo dissonante da vida e  perceber a falha no conceito popular de tempo e espaço. MiraDor é um mergulho profundo na atmosfera particular de cada personagem, uma agitação primordial em direção à "saída da caverna". 
Instalação/Série em construção... 
"Infinita porque somos infinitos!"​​​​​​​
Música Incidental:  Schoenberg Verklärte Nacht, Op.4 - 1. Grave (Arr. For String Orchestra By Schoenberg - 1943)
Nesta miragem quem encontra quem? Quem interrompe o fluxo do trânsito? Quem procura por outro mundo dentro do espelho?
Para onde é que se foge se  o reflexo está sempre lá? O eu fluídico e eterno permanece, e a consciência é o espelho que não o deixa dissipar-se no tempo. Não adianta dar voltas, é preciso aprender a lidar com nossas miragens.
Pensei em parir um grito funesto de injúria. Pensei em calar, em engolir, em esquecer. Toda força esvaiu-se, mas o espelho estava lá,  olhei para ele... e trouxe para o ar as notas da pauta engasgada há tanto! Respirei!
É só um corpo retorcido, perdido no turbilhão do próprio ser. Que miragem poderia aprumar essa massa? Será preciso endireitar as coisas ou é possível permanecer no caminho ainda que olhando tudo de forma sinuosa?
Quando a delicadeza de um momento se transforma subtamente em dor, e quando a dor se transmuta em força, a beleza impera. O cisne renasce ... mira sua plumagem antiga, antes alva e agora tão cinza ... e se reinventa!
Uma poça d'água substitui o espelho e um vestido escorre feito água para cumprir sua função.  O corpo jamais voltará a vestí-lo! Este corpo entendeu que mirar o passado não permite o crescimento das asas do cisne, e cede então seu último reflexo antes de repousar em outras águas.
Título MiraDor nº10
Data: 2022
Impressão: dimensão 20 x 30 cm  (35 x 45 cm incluindo bordas), pigmento mineral sobre papel de algodão
Edição: 20 + 2PA
Título: MiraDor nº 11
Data: 2022
Impressão: dimensão 40 x 26,67 cm (55 x 41,67 cm incluindo bordas), pigmento mineral sobre papel de algodão
Edição: 20 + 2PA
Com o passar do tempo o espelho se quebra. Como mirar o caminho a partir de então? O espanto se faz sucedido pelo encontro consigo mesmo em meio ao caos da dor, e novamente o respirar acontece aliviado e emoldurado pela superação de todas as incertezas.
Título: MiraDor nº12
Data: 2022
Impressão: dimensão 20,04 x 30,07 cm  (35,04 x 45,06 cm incluindo bordas), pigmento mineral sobre papel de algodão
Edição: 20 + 2PA

You may also like

Back to Top